quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Entrevista no Páginas Vazias

Fala aí junkeria, tranquilidade?
Esse post não terá receitas, apenas pra falar que saiu uma entrevista sobre esse blog no site http://www.paginasvazias.com.br na seção Matéria.
É muito bom ver que um zine xerocado, surgido em Araguari, levantou vôos e hoje tá fino, uma revista mesmo, um site de primeira, merchandising, tem tudo.
Bom, que eles acreditaram e tá aí o site, totalmente excelente.
Curtam o PODCAST, que sempre é foda.
Agradeço demais ao Marco Paulo e ao Pudim pela oportunidade.
E não vou colar a entrevista aqui, quem quiser entre no Páginas Vazias.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

FEBRIL

Esse post é um pouco diferente dos outros que existem nesse blog. Há tempos pensava em fazer algo do gênero: mesclar poesia com comida. Com essa primeira experiência, percebi que uma pode sim inspirar a outra. Nada de antropofagia, pelo menos por enquanto.

Minha grande amiga multifacetada (não achei outro termo pra descrevê-la) Cecília Borges, editora de um blog que é obrigatório acompanhar, http://www.cecilia-borges.blogspot.com/ , propôs esse desafio: que eu me inspirasse em uma poesia dela e criasse uma receita.

O resultado foi tão surpreendente que espero repetir a dose muito mais vezes! O prato seguiu à risca a interpretação que fiz da poesia e causou uma explosão de sentimentos na boca e no corpo, suor e doçura, vontade de não parar de comer, entusiasmo e um enorme prazer quando chega-se aos 40 graus de febre!

A poesia:

Febril

como é bom saber que
logo vou te ver
meu sapato listrado pode saltar
entre turistas chineses engraçadinhos
e compromissos
só pra te encontrar
nesse bairro de pronúncia gostosa:
te vejo no leblon, amor, leblon.
parece que sinto arrepio toda hora
mesmo no dia mais quente do ano
como falaram na tevê
porque me olhando de longe
andando pela ataulfo dessa maneira febril
fico metade linda, metade boba
mas é o amor, leblon, é o amor -
e eu sei.



O prato:


Febril

Ingredientes: 300g de pernil de porco em cubos
1 dente de alho
1 pimenta dedo de moça, cortada sem semente
100gs de repolho cortado em tiras
meia manga firme cortada em cubos
curry, sal, shoyu à gosto
15ml de sakê
1 folha de limoeiro
75ml de leite de coco
óleo ou azeite
5 folhas de hortelã


Modo de Preparo: Em uma wok (pode ser em frigideira normal), coloque o óleo em fogo alto, refogue a carne com o curry, junte o alho, a pimenta, deixe dourar o alho, coloque a folha de limoeiro rasgada, deixe subir o cheiro, acrescente o repolho. Flambe com o sakê. Acrescente o shoyu. Coloque o leite de coco e ao levantar fervura, desligue e acrescente o hortelã rasgadinho. Sirva na hora.
Acompanha arroz de jasmin.





Vamos ao porquê dos ingredientes, a seleção dessa mistura (sei que depois que escrever lembrarei de mais detalhes):

Os “turistas chineses engraçadinhos” me remeteram à carne de porco picadinha. Diferente das aberrações que eles comem, pra nós, um porquinho é lindo.
Pensei na pimenta e no curry representando o calor, não só do dia, do sol, mas também o ardor que vem do amor, contrastando com a doce manga, a suavidade do hortelã e da folha de limoeiro, interpretando principalmente o trecho “parece que sinto arrepio toda hora /
mesmo no dia mais quente do ano”.
Pensei no repolho cortadinho como as nuvens do Rio.
“Metade linda, metade boba”, mais uma vez, essa aparente ‘confusão’ torna-se sabor com a pimenta e a manga
O leite de coco dá ênfase aos temperos.


Aproveito pra avisar que o segundo livro da Cecília Borges está saindo do forno pela editora Éblis em meados de Março.

Abraços febris!!!!
 
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